terça-feira, 6 de outubro de 2009

Preto e Branco nas artes

Preto & Branco é uma temática "mágica" nas artes visuais.. É a partir do exercício com preto e branco que surge (vez por outra) a noção de "preto COR". Quando acontece,..., no lugar certo e na hora certa.....da pintura, gravura, escultura, etc. O artista durante o fazer "encontra" este fenômeno. O espectador talvez encontre, "se procurar". É uma sensação que não tem como explicar. Além disso, a multiplicação dos espaços no jogo PB ocorre com uma facilidade extasiante. Não é multiplicação de peixes, mas o poder de multiplicar espaços de forma plausível e objetivada, o que já é um imenso prazer, também. A verificar se o "espaço que brota" vem na forma de preto, aqui, ou branco, ali. A mim parece que quando o preto e o branco resolvem se "integrar" construtivamente, a LINHA presente no todo se solta para aventurar-se com muita liberdade. Daí.... parece que a "linha" requer para si todos os méritos da estrutura do trabalho e a totalidade da significação. LEDO ENGANO! A verdadeira estrutura e significação alcançada é justamente o todo resultante, a linguagem binária fluente, o diálogo estabelecido pelo PRETO...e o BRANCO, que por vezes impactam simplesmente enquanto plano bem localizado, assim como, por vezes, deixam-se apenas existir feito parte de um todo que se alinhava em jogo rítmico. Conforme a largura da linha, ela é quase inexistente, ou quase um plano presente. Normalmente funciona como registro de interface e é caminho para o olho seguir e se perder, para depois se re-encontrar. O olho percebe isso tudo rapidamente sem necessidade de intelectualizar. O artista apaixonado pelo que faz, no entanto, aos poucos entende a grandeza e delícia de cada um desses elementos PICTÓRICOS ativos, e usa curioso pois que descobrir, realizar e transmitir tudo isso é a forma com que consegue ampliar e provocar ECO às pequenas descobertas.....de prazer. A Galeria da Vera Schneider, em Porto Alegre, reuniu um grupo seleto de artistas que diferentemente exploram tais grandezas para usufruto do nosso "olhar" em primeira instância e "pensar" caso nosso cérebro contemporâneo saturado ainda goste de encontrar "agulhas no palheiro". Parabéns aos artistas e galerista!
Carla Volkart

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