sábado, 6 de fevereiro de 2010

Sustentável leveza do ser

Um dos novos talentos da arquitetura brasileira, Rodrigo Mindlin Loeb fez de sua casa, em São Paulo, um exemplo de economia de recursos e materiais

Eliana Medina e Liane Alves
Revista Arquitetura & Construção – 06/2009

Antes de escolher este sobradinho da década de 40 como seu novo lar, o arquiteto Rodrigo Mindlin Loeb viveu em prédios e casas ilustres da capital paulista. “Morei durante dois anos no Edifício Prudência, uma verdadeira aula de arquitetura de Rino Levi [1901-1965]”, afirma. Depois restaurou, junto com o pai, o arquiteto Roberto Loeb, uma casa do mestre ucraniano Gregori Warchavchik (1896-1972), de 1929, precursora de suas moradias modernistas mais famosas. Depois desse endereço, já casado, mudou-se para o imponente Edifício Pauliceia, na avenida Paulista, assinado pelos arquitetos Jacques Pilon (1905-1962) e Gian Carlo Gasperini, com janelas-varandas, persianas de madeira, ventilação cruzada e um grande recuo em relação à rua. “Um projeto muito gentil com a cidade”, reconhece Rodrigo.

Mas, ao optar por uma casa sem antecedentes geniais de arquitetura, ele estava inaugurando uma nova etapa em sua vida: mais despretensiosa, criativa e totalmente ligada à idéia de sustentabilidade e reaproveitamento de materiais. As crianças, por exemplo, adoram o quarto com portas de elevador antigas. “Paguei R$ 5 em cada uma quando trocaram os elevadores do Edifício Pauliceia”, diz, sorrindo. “Elas ficaram estocadas até eu reformar aqui.”

A casa atual de Rodrigo nasceu de duas casinhas geminadas. “Comprei a primeira e só consegui fechar negócio com os proprietários da outra um ano depois. Então, parti para a reforma definitiva”, conta o arquiteto. A primeira providência foi mudar-se para um pequeno apartamento, alugado, pertinho dali. “Assim podia inspecionar a obra a pé”, relata. Durante dois anos, de 2004 a 2006, ele acompanhou a reforma, que procurou preservar o aspecto externo da construção “para não desrespeitar a identidade arquitetônica do bairro”. Com a compra dos imóveis e a obra, Rodrigo gastou R$ 360 mil, no total. “Mas, se fosse vender agora, pediria R$ 600 mil, no mínimo. Foi um ótimo investimento”, avalia.

“Tive sempre o apoio da família, ninguém leva adiante uma obra desse porte e com essa duração se todos não estiverem de acordo. Sempre procurava contar, até para as crianças, o que iria fazer em cada fase.” Meditação, ioga e uma incessante busca espiritual também ajudaram Malu e Rodrigo a enfrentar o desafio. Hoje todos usufruem da moradia num clima inegável de leveza e felicidade.

Antes de escolher este sobradinho da década de 40 como seu novo lar, o arquiteto Rodrigo Mindlin Loeb viveu em prédios e casas ilustres da capital paulista. “Morei durante dois anos no Edifício Prudência, uma verdadeira aula de arquitetura de Rino Levi [1901-1965]”, afirma. Depois restaurou, junto com o pai, o arquiteto Roberto Loeb, uma casa do mestre ucraniano Gregori Warchavchik (1896-1972), de 1929, precursora de suas moradias modernistas mais famosas. Depois desse endereço, já casado, mudou-se para o imponente Edifício Pauliceia, na avenida Paulista, assinado pelos arquitetos Jacques Pilon (1905-1962) e Gian Carlo Gasperini, com janelas-varandas, persianas de madeira, ventilação cruzada e um grande recuo em relação à rua. “Um projeto muito gentil com a cidade”, reconhece Rodrigo.

As boas sacadas começam no portão de placas de OSB, muito usadas em tapumes, tratadas com duas demãos de Osmocolor Stain UV Gold Natural, da Montana Química. Projeto de Rodrigo Mindlin Loeb
Mas, ao optar por uma casa sem antecedentes geniais de arquitetura, ele estava inaugurando uma nova etapa em sua vida: mais despretensiosa, criativa e totalmente ligada à idéia de sustentabilidade e reaproveitamento de materiais. As crianças, por exemplo, adoram o quarto com portas de elevador antigas. “Paguei R$ 5 em cada uma quando trocaram os elevadores do Edifício Pauliceia”, diz, sorrindo. “Elas ficaram estocadas até eu reformar aqui.”


Uma porta da década de 40 foi preservada na escada que dá acesso à sala, no primeiro andar. Projeto de Rodrigo Mindlin Loeb

A casa atual de Rodrigo nasceu de duas casinhas geminadas. “Comprei a primeira e só consegui fechar negócio com os proprietários da outra um ano depois. Então, parti para a reforma definitiva”, conta o arquiteto. A primeira providência foi mudar-se para um pequeno apartamento, alugado, pertinho dali. “Assim podia inspecionar a obra a pé”, relata. Durante dois anos, de 2004 a 2006, ele acompanhou a reforma, que procurou preservar o aspecto externo da construção “para não desrespeitar a identidade arquitetônica do bairro”. Com a compra dos imóveis e a obra, Rodrigo gastou R$ 360 mil, no total. “Mas, se fosse vender agora, pediria R$ 600 mil, no mínimo. Foi um ótimo investimento”, avalia.

“Tive sempre o apoio da família, ninguém leva adiante uma obra desse porte e com essa duração se todos não estiverem de acordo. Sempre procurava contar, até para as crianças, o que iria fazer em cada fase.” Meditação, ioga e uma incessante busca espiritual também ajudaram Malu e Rodrigo a enfrentar o desafio. Hoje todos usufruem da moradia num clima inegável de leveza e felicidade.

No ateliê do térreo, Rodrigo Mindlin Loeb e a mulher, Malu,

que é psicanalista e artista plástica




Um comentário:

Anônimo disse...
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