sábado, 17 de julho de 2010

O Profeta

Prezados,
Pré-estreia nesta sexta, sábado e domingo no Guion Center O PROFETA o espetacular filme de JACQUES AUDIARD,
Grande Prémio do Júri em Cannes e Vencedor de 9 CÉSAR,
o Oscar do cinema francêsE segundo o crítico Marcelo Perrone, o melhor filme do ano.

(GRANDE PRÉMIO DO JÚRI EM CANNES)
O PROFETA(UN PROPHÈTE / FRANÇA-ITÁLIA/ 2009/ 155 MIN/ 18 ANOS/ DRAMA/ POLICIAL)
Um filme de
JACQUES AUDIARD
UM LANÇAMENTO DA SONY PICTURES CLASSICS
ComTAHAR RAHIM NIELS ARESTRUPeADEL BENCHERIF, REDA KATEB, HICHEM YACOUBI, JEAN-PHILIPPE RICCI,GILLES COHEN, ANTOINE BASLER, LEÏLA BEKHTI, PIERRE LECCIA,FOUED NASSAH, JEAN-EMMANUEL PAGNI,FREDERIC GRAZIANI, SLIMANE DAZI

Segundo uma ideia original de ABDEL RAOUF DAFRIRoteiro de THOMAS BIDEGAIN e JACQUES AUDIARD
Baseado no roteiro original de ABDEL RAOUF DAFRI e NICOLAS PEUFAILLIT
Uma coprodução deWhy Not Productions / Chic Films / Page 114 / France 2 Cinéma / UGC Images/ Bim Distribuzione / Celluloid Dreams
Diretor: jacques audiardBaseado em uma ideia original de ABDEL RAOUF DAFRI
Roteiro: THOMAS BIDEGAIN e JACQUES AUDIARD
Baseado em uma ideia original de ABDEL RAOUF DAFRI e NICOLAS PEUFAILLIT
Fotografia: STÉPHANE FONTAINE (a.f.c)
Montagem: JULIETTE WELFLING
Trilha sonora original de ALEXANDRE DESPLAT
Direção de arte MICHEL BARTHÉLEMY (a.d.c)
Sonorização BRIGITTE TAILLANDIER/ FRANCIS WARGNIER/ JEAN-PAUL HURIER/ MARC DOISNE
Figurino VIRGINIE MONTEL
Elenco RICHARD ROUSSEAU
Produtor MARTINE CASSINELLI
Colaborador artístico THOMAS BIDEGAIN
Diretor assistente SERGE ONTENIENTE
2º diretor assistente JEAN-MICHEL CORREIA
Continuista NATHALIE VIERNY
Maquiagem FRÉDÉRIQUE NEY
Cabelo PIERRE CHAVIALLE
Fotografia ROGER ARPAJOU
Supervisor de pós-produção BÉATRICE MAUDUIT
Elenco:TAHAR RAHIM Malik El DjebenaNIELS ARESTRUP Cesar LucianiADEL BENCHERIF RyadREDA KATEB Jordi le gitanHICHEM YACOUBI ReyebJEAN-PHILIPPE RICCI VettorriGILLES COHEN ProfANTOINE BASLER PilicciLEÏLA BEKHTI DjamilaPIERRE LECCIA SampierroFOUED NASSAH AntaroJEAN-EMMANUEL PAGNI SantiFRÉDÉRIC GRAZIANI
Chefe de SegurançaSLIMANE DAZI Lattrache

SINOPSECondenado a seis anos de prisão, Malik El Djebena, meio árabe, meio córsico, é analfabeto. Ao chegar à prisão, totalmente sozinho, ele parece mais jovem e mais frágil do que os outros presos. Ele está com 19 anos. O líder da facção dos córsicos dá a Malik uma série de “missões” a serem cumpridas. Ele aprende rápido e se fortalece, ganhando a confiança do chefe da facção. Malik usa toda a sua inteligência para desenvolver discretamente o seu plano. SINOPSE INTEGRALMalik El Djebena, um criminoso contumaz, chega à prisão que ele chama de seu novo lar. Ele foi condenado por atacar um agente policial, sendo, desta vez, julgado como adulto e recebeu pena de seis anos. Ele é analfabeto. Seus pais, francês e árabe, não fazem parte da sua vida há muito tempo. Ele vai para a prisão sem nada.

O pátio da prisão é dividido no meio, com os árabes de um lado e os córsicos de outro, sob a liderança de Cesar Luciani. Quando chega o novo grupo de detentos, Cesar vê Reyeb, árabe que ficará preso por 10 dias, antes de testemunhar em um processo criminal. Jacky Marcaggi, chefe da quadrilha córsica fora da cadeia quer que Reyeb seja impedido por todos os meios de testemunhar. Reyeb está ciente da situação e pede para ficar no complexo B, da facção dos árabes e permanece na cela o dia inteiro.

Logo em seguida, Malik está tomando banho e recebe uma proposta de Reyeb, que está no outro boxe. Reyeb oferece haxixe em troca de favores sexuais e Malik recusa, em alto e bom tom. Os córsicos observam. Cesar chama Malik para uma reunião no pátio com outros córsicos. Cesar sabe do incidente no chuveiro e que Malik fala árabe, embora não faça parte da facção dos árabes. Ele diz a Malik para ficar amigo de Reyeb, ganhar a sua confiança, aceitar a oferta e depois matá-lo.

Malik é forçado a aceitar a proposta e os homens de Cesar ensinam como ele deverá agir. Quando Malik se aproximar para ter relações como Reyeb, ele deverá cortar a garganta com uma lâmina escondida na boca. Na cela, Malik treina esconder e retirar a lâmina, mas corta a boca por dentro. Depois de muitas tentativas, ele está pronto.

Reyeb deixa Malik entrar na cela, procura armas escondidas e, depois, sentam-se para conversar. Ao se dar conta de que Malik é analfabeto, ele o incentiva a se matricular no curso de alfabetização da prisão. Enquanto Malik se prepara para o golpe, as coisas dão errado, a boca começa a sangrar e ele não tem escolha a não ser matar Reyeb de maneira rápida e brutal. Sem que ninguém o veja, ele sai da cela de Reyeb levando consigo todas as provas de que esteve lá.

Malik se matricula na escola, onde aprende a ler e a escrever em francês. Malik passa a frequentar a cela de Cesar, quartel-general dos negócios dos córsicos na cadeia. Malik prepara o café, faz faxina e, tecnicamente, é protegido por eles. Mas, por ser árabe, Malik não é considerado como um deles.

Durante as aulas de alfabetização, ele conhece Ryad, outro árabe que, apesar de não fazer parte da facção dos árabes, o ajuda nos estudos. Os dois se tornam amigos. Ryad conta da Malik que acabou de fazer quimioterapia para tratar um câncer nos testículos e, aparentemente, ele está bem.

Cesar está assistindo televisão no celular quando ouve que o Presidente Sarkozy anunciou que, por razões políticas, todos os “prisioneiros políticos” córsicos serão transferidos para perto de onde moram ou libertados. Essa notícia não é boa para Cesar, pois ele ficará preso enquanto boa parte dos seus comparsas serão libertados. Mais do que nunca, ele precisa de Malik.

Cesar faz com que Ibanez passe Malik para a cela perto da de Cesar, que é mais confortável. No pátio, ele conhece Jordi, um cigano e traficante de drogas. Jordi está envolvido no tráfico de drogas e cuida do transporte de grandes quantidades de haxixe pela estrada.

Mais tarde, Malik ouve Cesar falando pelo celular. Aparentemente, os negócios não estão indo bem. Cesar pede a Malik que entre com pedido de livramento condicional. Enquanto o pedido está sendo analisado, Malik pode sair de vez em quando da prisão. Durante essas saídas, ele faz pequenos serviços para Cesar. Cesar encontra-se com Malik e o advogado, para passar informações para as pessoas que podem acelerar o pedido de livramento condicional de Malik. Cesar diz a Malik que agora, ele deve tornar-se um prisioneiro modelo e não pode mais fazer os serviços externos.

Para poder sair da prisão, Malik precisa de um emprego fixo, pelo menos para mostrar às autoridades. Ryad, que já obteve o livramento condicional, encontra um falso emprego para Malik numa mecânica de automóveis. Ryad está chateado por estar trabalhando como atendente de telemarketing, para sustentar a namorada Djamila e o filho deles.

Quando Malik está perto de sair pela primeira vez, como parte do regime de progressão de pena, Jordi conta que um transporte de haxixe deu errado. A polícia confiscou cem quilos da droga e prendeu imediatamente todos os homens menos um dos motoristas que conseguiu - antes de ser preso também – esconder um dos pacotes com drogas em um banheiro.

Malik obtém autorização para a sua primeira saída. O primeiro trabalho que ele tem que fazer para Cesar é uma entrega. Ele é levado por Sampierro, um dos chefes córsicos, até uma favela afastada da cidade. Ele tem que entregar uma pasta. Quando Malik chega perto da porta, homens armados o puxam para dentro e o jogam no chão, enquanto inspecionam a pasta. Malik sabe que vai receber algo em troca do que está na pasta. Trata-se de Santi, homem de confiança de Cesar, que havia sido torturado e que está sendo mantido preso e encapuzado dentro da casa.

Malik o tira de dentro de casa e os dois vão se encontrar com Sampierro, que está esperando dentro do carro. Sampierro leva Santi e deixa Malik na rua, com um envelope cheio de dinheiro, como pagamento. Sem que Cesar saiba, Malik aproveita para ir de táxi até o banheiro onde o haxixe foi abandonado e o entrega a Ryad. Ele conta sobre os planos da operação de tráfico de droga e do transporte pela estrada.

No pátio, Cesar nota que o número de árabes está aumentando e que a sua liderança está sendo ameaçada. Malik sugere que Ibanez mande alguns dos seus capangas até a ala dos árabes como demonstração da autoridade de Cesar.

Hassan, líder da facção dos árabes, chama Malik e pede que ele ajude a parar a intimidação. Malik diz a ele que vai ver o que pode fazer e marca um encontro entre Hassan e Cesar. Cesar quer que Hassan marque um encontro em Marselha com Bahim, que é um dos líderes da facção árabe de fora da cadeia. Se a reunião for marcada, a intimidação será interrompida.

Fora da cadeia, Ryad está dirigindo o segundo carro da caravana de transporte de haxixe, quando sofre uma emboscada por parte de Latif, um egípcio que também utiliza a mesma rota e que soube da operação. Latif e sua quadrilha sequestram Ryad e roubam a mercadoria. Com a ajuda dos árabes, Malik e Jordi atacam o cunhado de Latif dentro do banheiro da prisão. Depois de dar uma surra no cunhado e nos seus comparsas, Malik e Jordi mandam que ele diga a Latif para devolver as drogas e Ryad.

Durante a sua próxima saída, Cesar manda Malik para a reunião com Bahim em Marselha. Ele deve perguntar a Bahim quanto custaria para que a quadrilha dos árabes se afastasse da facção dos italianos.

Ryad vai até a prisão pegar Malik, mas se atrasa. Ele ainda está chateado com o sequestro, ainda mais depois que Latif bloqueou as rotas e ele não consegue transportar o haxixe.

Em Marselha, Malik é apanhado por Bahim. Malik conta sobre a proposta de Cesar e pergunta quanto ele quer para cortar os laços com os italianos. Malik diz que, em troca, a Cúpula córsica aceitou dar uma porcentagem dos lucros do cassino da máfia dos córsicos a Bahim.

Bahim diz a Malik que há um informante na máfia dos córsicos, que passa informações aos italianos e que se Cesar conseguir encontrar essa pessoa, ele aceita a proposta. Antes de ir embora, Malik pede um favor a Bahim: que ele diga a Latif que está fazendo negócios com Malik.

Bahim concorda e, ao voltar para a prisão, Malik diz a Ryad que ele precisa superar a raiva que sente por Latif e aceitar se encontrar com ele. Agora que Latif pensa que Ryad e Malik estão de conluio com Bahim, eles devem formar uma equipe com Latif e juntar os dois negócios de drogas, para unir os recursos e dividir os lucros. Ryad hesita, mas sabe que é o mais inteligente a fazer. Além do mais, o câncer voltou.

Na prisão, Cesar faz uma reunião com o seu contato externo com a máfia córsica, durante a qual fica claro que ele está perdendo poder por Jacky, o chefe da máfia córsicos fora da prisão.

Após outro encontro tenso com Cesar, Malik usa o celular de Cesar para telefonar e dizer a Ryad para entregar, em seu nome a parte dele da operação de transporte de drogas a Moussab, o líder dos traficantes árabes.

Ryad se encontra com Latif, pega a parte de Malik em dinheiro, e leva a uma mesquita local onde eles acham que Moussab estará. Ele deixa o pacote para Moussab, onde é descoberto assim que Moussab está saindo.

Na prisão, os árabes confrontam Malik, desconfiados dos seus motivos. Malik faz uma reunião com Hassad, líder da facção árabe e conta o que todos já sabem – os córsicos controlam os agentes penitenciários e, enquanto isso durar, a vida dos árabes presos será difícil. Hassad desconfia de Malik, mas concorda em fazer negócios com ele, desde que Malik lide com ele diretamente, sem passar com Moussab.

O Natal chega e Cesar se reúne com Malik na sua cela. Ele quer que Malik reúna um grupo secreto para matar Jacky em Paris antes que ele elimine toda a autoridade de Cesar. Se for bem-sucedido, Cesar conseguirá fortalecer a sua posição no crime organizado córsico. E, neste caso, Malik obedecerá diretamente a Cesar e ficará encarregado das operações dos cassinos.

Malik conversa com Ryad sobre a proposta e Ryad aceita porque seu câncer voltou. Ryad fica encarregado de reunir a equipe , mas ele e Vettorri não conseguem chegar a um acordo.

Ryad e Malik vão de carro se encontrar com Vettorri. Mas, em vez de uma equipe completa, não há ninguém. Eles atacam Vettorri e o jogam, amarrado, na mala da van.

Após um tiroteio no carro de Jacky, Malik coloca Jacky na mala do carro e vão até um local ermo. Malik diz a Jacky que foi contratado por Cesar e Vetori para matá-lo. Malik abandona Jacky e vai embora.

Em vez de voltar para a prisão, Malik passa a noite na casa de Ryad, pois sabe que irá para a solitária assim que voltar.

Durante o tempo que Malik passa isolado na solitária, ficamos sabendo que Vettorri foi assassinado por Jacky no carro, que os córsicos da prisão se revoltaram com a traição de Cesar contra Jacky e começam a se matar e que Ibanez foi preso por aceitar propina.

Quando Malik sai da solitária, ele vai para o pátio com os árabes, que agora o apóiam por ele ter acabado com o tratamento preferencial dado aos córsicos. Cesar fica sozinho do lado oposto do pátio. Ele faz um sinal para que Malik se aproxime, mas Malik o ignora. Quando Cesar atravessa o pátio para falar com Malik, dois árabes o jogam no chão. Cesar se levanta e volta sozinho para o outro lado do pátio.

Malik sai da prisão. Ao deixar o prédio, ele recebe de volta o dinheiro que havia sido confiscado. Fora da prisão, três carros esperam, com árabes, egípcios e córsicos, as três facções que Malik conseguiu reunir. Djamila também está lá com o bebê, sem se dar conta do carro blindado que os espera. Djamila diz a Malik que ele pode ficar com ela e o bebê e os dois se afastam da prisão, com todos os carros acompanhando.

JACQUES AUDIARD Jacques Audiard nasceu em 30 de abril de 1952 e é filho do famoso roteirista e diretor Michel Audiard. Ele começou a sua carreira no cinema não como diretor ou roteirista, mas na sala de montagem. Foi a partir de 1980 que Audiard começou a participar da criação de roteiros para diretores como Georges Lautner (O Profissional - The Professional), Denys Granier-Deferre (Réveillon With Bobsled), Claude Miller (Mortal Hike), Jérôme Boivin (Baxter), Elisabeth Rappeneau (Frequency Murder) e Ariel Zeitoun (Saxo). Embora pareçam muito diferentes, esses filmes têm uma características em comum: uma atmosfera noire, um humor cáustico e deslocado e uma visão pessimista da condição humana. Audiard manteve este tipo de olhar pessimista ao dirigir o seu primeiro filme em 1994, Quando os Homens Caem (See How They Fall), com Mathieu Kassovitz e John Louis Trintignant. O filme foi agraciado com o Cesar de Melhor Filme. Seu terceiro filme, Em Meus Lábios (Read My Lips), foi indicado a 10 prêmios e agraciado com oito Cesar em 2001. Em seguida, ele dirigiu De Tanto Bater, Meu Coração Parou (De Battre Mon Coeur s’est Arrêté) indicado para o Urso de Ouro no Festival de Berlin, quando estreou em 2005. Em seguida, ele dirigiu Um Profeta (Un Prophete), lançado no Festival de Cannes em 2009, onde recebeu o Grand Prix de Cannes. FILMOGRAFIA DE JACQUES AUDIARD 2009 Um Profeta (Un Prophète)2004 De Tanto Bater Meu Coração Parou (De Battre Mon Coeur s’est Arrêté)2001 Em Meus Lábios (Read My Lips)1996 Um Herói Muito Discreto (A Self Made Hero)1994 Quando os Homens Caem (See How They Fall) TAHAR RAHIMMalik El DjebenaTahar Rahim fez sua primeira participação no cinema em 2005 no documentário de Cyril Mennegun : Tahar The Student depois do qual, ele fez seu primeiro papel no cinema no filme A Invasora (A l’Interieur) de Alexandre Bustillo e Julien Maury. Jacques Audiard notou o jovem ator na série La Commune para o Canal + dirigido por Philippe Triboit. Ele decidiu oferecer o papel de Malik El Djebena após vários vezes de escolha de elenco e preparação. NIELS ARESTRUPCesar LucianiDepois de De Tanto Bater Meu Coração Parou (De Battre Mon Coeur s’est Arrêté) pelo qual recebeu o Cesar de Melhor Ator Coadjuvante, Niels Arestrup Jacques Audiard o convidou para trabalharem juntos de novo, em Um Profeta.Filmografia2008 Farewell, direção de Christian Carion2008 Um Profeta (Un Prophète), direção de Jacques AUDIARD2007 O Ultimato Bourne (Bourne Ultimatum), direção de Paul Greengrass2007 O Escafandro e a Borboleta (Le Scaphandre et le Papillon), direção de Julian Schnabel2006 Le Candidat, direção de Niels Arestrup2005 Les Fragments de Antonin, direção de Gabriel Le Bomin2005 De Tanto Bater Meu Coração Parou (De Battre Mon Coeur s’est Arrêté), direção de Jacques Audiard2004 La Part Animale, direção de Sébastien Jaudeau2002 Falar de Amor (Parlez-moi d’Amour), direção de Sophie Marceau2002 Une Affaire Privée, direção de Guillaume Nicloux2000 Piquenique de Lulu Kreutz (Le Pique-nique de Lulu Kreutz), direção de Didier Martiny1998 Rewind, direção de Fabrice Rivail1994 Délit Mineur, direção de Francis Girod1991 La Tentation, direção de Ivan Szabo1988 Doux Amer, direção de Franck Apprederis1988 Ville Étrangère, direção de Didier Goldschmitt1987 Barbe Bleue, direção de Fabio Carpi1987 Charlie Dingo, direção de Gilles Behat1987 La Rumba, direção de Roger Hanin1985 Les Loups entre Eux, direção de José Giovanni1985 Diesel, direção de Robert Kramer1985 Signé Charlotte, direção de Caroline Huppert1984 Futuro é Mulher (Le Future est Femme), direção de Marco Ferreri1980 Du Blues Plein la Tête, direção de Hervé Palud1980 Seuls, direção de Francis Reusser1980 La Femme Flic, direção de Yves Boisset1979 La Dérobade, direção de Daniel Duval1978 La Chanson de Roland, direção de Franck Cassenti1977 Les Apprentis Sorciers, direção de Edgardo Cozarinsky1977 Plus Ça va, Moins Ça Va, direção de Michel Vianey1976 Le Grand Soir, direção de Francis Reusser1976 Se Tivesse que Refazer Tudo (Si C’Était À Refaire), direção de Claude Lelouch1976 Demain Les Mômes, direção de Jean Pourtale1976 Lumiére, direção de Jeanne Moreau1974 Eu Tu Ele Ela (Je, Tu, Il, Elle), direção de Chantal Ackerman1974 Miss O'Gynie et Les Hommes Fleurs, direção de Samy Pavel1974 L'affaire Stavisky, direção de Alain Resnais ADEL BENCHERIFRyadFilmografiaUm Profeta (Un Prophète), direção de Jacques AudiardGo Fast, direção de Olivier Van HoofstadtFrontiers, direção de Xavier GensAndalucia, direção de Alain GomisCages, direção de Olivier Masset - DepasseParis, eu te amo (Paris Je T’aime) (19ª RA, direção de Olivier SchmitzZe Film, direção de Guy JacquesGrande École, direção de Robert Salis REDA KATEBJordi, o cigano FilmografiaUm Profeta (Un Prophète), direção de Jacques AudiardQu’un Seul Tienne Les Autres Suivront, direção de Léa Fehner HICHEM YACOUBIReyebFilmografiaUm Profeta (Un Prophète), direção de Jacques AudiardMunique (Munich), direção de Steven SpielbergUne Couleur Café, direção de Henri DuparcSept Jours de Malheur, direção de Gaël Morel

ENTREVISTA COM JACQUES AUDIARD(Traduzida do francês)

Fale um pouco sobre a ironia do título de Um Profeta.
O título funciona como uma espécie de mandado que leva as pessoas a compreender algo que não é necessariamente desenvolvida no filme, ou seja, que estamos lidando com um pequeno profeta, um novo protótipo de pessoa.Originalmente, eu quis encontrar o equivalente em francês de “Gotta Serve Somebody”, uma canção de Bob Dylan que diz que estamos sempre servindo alguém. Gostei do fatalismo e da dimensão moral deste título, mas nunca encontrei uma tradução com a qual eu ficasse satisfeito, por isso ficou Um Profeta (Un Prophète).

Como você conta essa história?
O que nos interessou, a mim e ao meu co-roteirista, Thomas Bidegain foi questionar como poderíamos conciliar o tema de Abdel Raouf Dafri e Nicolas Peufaillit e criar uma história de cinema aceitável. Tínhamos que encontrar uma forma de contar Um Profeta de modo contemporâneo.Quisemos criar heróis a partir de pessoas que não conhecíamos, de quem ainda não tivéssemos uma representação icônica no cinema. Como os árabes, por exemplo. Na França, a tendência no cinema é colocá-los sob representações naturalistas ou sociológicas. Quisemos fazer um filme pure genre, um pouco à maneira ocidental, mostrando pessoas que não conhecemos e as transformando em heróis.

Por que escolheu o jovem Tahar Rahim para o papel de Malik El Djebena?
Sempre fui atraído por um tipo de protótipo masculino, não necessariamente conhecido pelos seus níveis de testosterona. Existem muitas semelhanças entre Matthieu Kassovitz com quem trabalhei várias vezes e Tahar Rahim. Não que um tenha que me lembrar o outro, mas ambos são protótipos masculinos que considero intrigantes.

Foi uma maneira de permitir ao espectador identificar-se com o personagem?
Tenho problemas em projetar uma identificação para lá de mim mesmo, mas claro que tive esse desejo Achei isso mais pertinente do que o habitual clichê de ter um lugar cheio de extraordinários homens viris. Os presos no meu filme não são homens musculosos feitos para esse tipo de ambiente. Paradoxalmente, eles desenvolvem qualidades que lhes permitem se erguer e dominar os outros.

Através do temperamento de Malik, o filme transmite a ideia de que o conhecimento e o know-how dão acesso ao poder.
Sim e é o que penso que seja o mais interessante. Este tipo de pessoa quebra os moldes, pois não se trata do hooligan habitual. Acompanhando Malik, vemos como ele atua no trabalho. Ele possui uma mente que mostra uma incrível capacidade de adaptabilidade e cuja personalidade será usada em possibilidades oportunistas, primeiramente para se salvar, depois para sobreviver e melhorar e finalmente para alcançar outro nível de poder.
Esta dimensão do filme evoca outro dos seus personagens, Dehousse em Um Herói Muito Discreto (A Self Made Hero).Pode-se dizer que esses personagens são modelos de certo tipo de educação.Escolhi mostrar essas pessoas em um estado de profunda privação. A partir daí, damos a elas uma oportunidade de construir uma personalidade heróica. A história de Um Profeta (Un Prophète) mostra alguém que chega a uma posição que jamais teria atingido, se não tivesse sido preso. Aí está o paradoxo.

Como se concretizou a intenção de transformar Malik em um herói?
Em parte acompanhando a imagem dos árabes no cinema, que é ridícula – eles são representados como terroristas, ou simplesmente uma imagem naturalista, num contexto social realista. Foi isso que me levou rapidamente à questão da escolha dos atores. Para o papel de Malik, precisávamos de alguém extremamente polimórfico que corresponderia perfeitamente ao tema da identidade no filme. Um jovem, sem história, acabará por criar uma diante dos nossos olhos. Desde o início sabíamos que este papel não poderia ser interpretado por um ator conhecido, justamente porque é uma história sobre o alcance de poder, de visibilidade.

Houve também a intenção de compartimentar o cinema francês?
É inerente ao trabalho. Não tenho uma longa filmografia, só dirigi cinco filmes. Trabalhei com Matthieu Kassovitz, Vincent Cassel, Romain Duris,e outros atores de notável talento. Mas, depois de De Tanto Bater Meu Coração Parou (De Battre Mon Coeur s’est Arrêté), quis trabalhar com desconhecidos.

Esta ideia foi de par com o sentimento de que o cinema deve ter uma forte base social e que se não narrarmos o mundo como ele é e como se esgota, então que utilidade tem?
Quando digo isso, não é uma provocação, é somente a minha maneira de mostrar a ficção de uma maneira que pareça real.Acho que hoje em dia, na França, o cinema é incrivelmente redutor neste ponto de vista. Não sei de que realidade fala o cinema francês Por esse motivo, a ideia do filme era quebra esta ideia de casting da mesma maneira que foi tido em conta o fato de que o mundo muda e que as figuras heróicas devem evoluir. Na minha mente, existem novas mitologias para projetar em novos rostos e em novos caminhos a seguir. Malik parece ter uma relação desapegada e oportunista com a sua identidade. Os córsicos o consideram um árabe e os árabes o consideram um córsico. Malik se encontra permanentemente nos dois campos. Contudo, ele irá naturalmente apoiar-se na sua comunidade. É aqui que descobrirá alguma coisa que tem estado a ignorar. Na mesma medida em que ele é um tipo particular de hooligan, ele também é um tipo particular de crente.

Pode nos dizer sobre o fantasma que acompanha Malik e que inspira as suas visões místicas?
O filme tem alguns momentos fantásticos, mas não tem a intenção de ser místico. O fantasma de Reyeb é uma forma de oferecer várias possibilidades de liberdade e de imaginação. É graças a ele que várias ideias sobre sufismo e os dervixes podem ser invocadas, permitindo que o roteiro adquira outra dimensão. Há uma tendência no cinema moderno de criar heróis mais complicados.
Em Um Profeta o herói caminha em direção a um tipo de redenção.E com alguns instrumentos que não seriam recomendáveis. Há sempre uma maneira padrão de criar um anti-herói. Isso não me interessa. Gosto que meus heróis aprendam algo e coloquem o que aprenderam em prática. Acho que o cinema tem a função de encarar a realidade para nos ensinar como usá-la. Talvez a lição de Malik seja paradoxal, mas ainda assim, interessante. De qualquer forma, ela indica que é necessário aprender.Aprender, prestar atenção, pensar antes de falar, ser reservado e, acima de tudo, não cometer duas vezes o mesmo erro, porque da terceira vez, o erro pode provocar a morte.

Para você, Um Profeta seria um filme moralista?
Sim, o que seria imoral seria criar um personagem sem consciência. Todavia, ele tem consciência do bem e do mal, sobretudo por tudo o que este lhe causou. Por que Mailk sorri de maneira misteriosa no momento do tiroteio?Malik tem uma sensação repentina de invulnerabilidade, como se ele transformasse num personagem de filme, que não pode se machucar.

Os outros estão chegando a um impasse diante dos acontecimentos. Malik é uma pessoa que, em vez de se tornar mais “pesado” com o que está acontecendo, torna-se mais leve e, aos poucos, se libera A prisão é uma metáfora?
Sem dúvida. Os filmes de gênero sempre se apresentam como uma metáfora. O personagem foi condenado a uma longa pena de prisão. O objetivo era que Malik encontrasse dentro de si mesmo aquilo que ele usaria mais tarde, chegando a um paralelo entre os dois universos.

Você define o personagem de Cesar, interpretado por Niels Arestrup, como um rei.
Sim, em referência aos personagens de Giono. Um rei, um ogro no fim do seu percurso que reinará sobre uma tribo de aranhas. Parece que a personagem de Cesar é baseada num arquétipo mítico.È verdade, mas não queríamos que fosse tão literal. Niels Arestrup, no papel de um padrinho córsico, é razoavelmente improvável e é devido a isto que o filme reflete um caminho mais interessante.

Como definiria a relação particular com Malik?
Quando estávamos escrevendo quisemos realmente engrandecer a ideia de pai/filho para enfatizar a relação de senhor/escravo. Cesar não é o pai de Malik mas o protege mantendo-o sob o seu poder, é severo com ele e sem qualquer sensibilidade paternal. Não há amizade entre eles ou afeição entre eles. Trata-se unicamente uma relação de controle. Os seus outros filmes mostram uma tendência para grandes histórias de amor e Um Profeta parece não seguir os mesmos moldes.

Por quê?
Penso que é relacionado com Malik, o que queríamos que ele fizesse. Como Malik é uma pessoa vinda realmente do nada, não era simplesmente o momento para construir uma história de amor. Por esta razão, no fim do filme, sugerimos que podia ter uma história com Djamila. Porque a sua vida lhe foi “amputada” muito cedo pela prisão, ele adquire a vida de outra pessoa que obviamente lhe convém muito bem. Queríamos sugerir que se juntar a Djamila fosse desde o início a sua intenção. Está tranquilo e provavelmente será um pai excepcional.

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