quinta-feira, 4 de agosto de 2011

FRANTZ | O Ateliê como Pintura................expo.................Porto Alegre

Para Frantz, o limite, é o lugar da pintura.

Ao retomar a prática de exposições das suas “não-pinturas”, o artista, natural de Rio Pardo/RS, após participações recentes em importantes mostras locais no Studio Clio, Fundação Vera Chaves Barcellos, Santander Cultural e MARGS, apresenta no Museu de Arte Contemporânea do Rio Grande do Sul – MACRS, telas de dimensões generosas e livros, cujas superfícies pictóricas que os constituem foram descobertas dos ateliês de diferentes artistas.

Os trabalhos de Frantz não são resultados do tradicional ofício de pintura em ateliê – ele não toca em nada que faz - mas sim da ação de recobrir estes mundos particulares de diferentes artistas, paredes, chãos e mesas, onde tudo que exceder a pintura daqueles é obra deste.

Ele poderia facilmente pintar, pois além do seu precoce talento, dispõe de fartos meios materiais e notório conhecimento técnico para isto. No entanto, ao não pintar, submete a própria pintura a uma subversão total, de meios e formas, deixando livre seu pensamento e obra que ocupam e vivem nesta vizinhança imediata em diversos ateliês.

Se as telas são os testemunhos mais próximos deste mundo que se concentra nas pinturas dos outros artistas, os livros nos parecem contar as histórias destas pinturas apócrifas, cujos respingos são como pictogramas e rastros abstratos que se embaralham entre manchas e borrões, onde é impossível identificar uma linha ou estilo artístico próprio e, por conseguinte, a mão do artista.

A abstração que predomina nas pinturas que ora observamos, não é nem de longe representante desta escola artística, que ficou conhecida como o Abstracionismo. O que poderíamos pensar sobre a obra de Frantz é que esta se vincula a arte conceitual, ou seja, aquilo que você não está vendo e não está fazendo. O artista não vê e nem pinta as telas que agora também descobrimos pinturas, são obras do acaso, dos sucessivos acidentes, de todos os erros e excessos que ultrapassaram os limites da tela e se depositaram neste campo visual expandido da pintura que Frantz nos propõe.

O MACRS sente-se honrado com a exposição e lançamento do livro FRANTZ: O Ateliê como Pintura, e agradece ao artista, a curadora Paula Ramos e ao FUMPROARTE pela realização e financiamento deste projeto que traz de volta ao museu este importante nome para a arte contemporânea em nosso Estado.

André Venzon
Diretor MACRS

FRANTZ | O Ateliê como Pintura



Fotos: Tulio Pinto

Apropriando-se dos resíduos de outros artistas em ateliês de pintura, Frantz eleva respingos e manchas à categoria de arte e questiona o lugar da pintura contemporânea no MACRS
    

Sobras, respingos e manchas: acidentes decorrentes do processo da pintura são tomados por empréstimo pelo artista Frantz. Figura conhecida do cenário das artes, o artista terá sua exposição “FRANTZ: O Ateliê como Pintura” inaugurada dia 06 de agosto, sábado, às 11h no Museu de Arte Contemporânea do RS, na galeria Xico Stockinger. Com curadoria de Paula Ramos, a visitação se estende até o dia 04 de setembro de 2011.

A apropriação é um assunto polêmico: em tempos de discussão sobre autoria e propriedade, a apropriação é uma realidade no campo da arte contemporânea.  A curadora considera que este é um ponto que pode gerar dúvida, mas a discussão é valida. Ela entende que este exercício para o qual Frantz se propõe, reside no olhar.

Serão apresentadas telas de grande porte e livros confeccionados a partir do das superfícies de tecido e papel que recobriam ateliês de diversos artistas. Na exposição, o público terá a oportunidade de manusear os livros. Uma experiência sensorial que está muito além de revelar a textura das obras, conforme comenta o secretário Assis Brasil

Palavras do Secretário

Retalhos, aparas, fragmentos, parcelas. Agonias de cores, de texturas, de clarões. Tudo isso pode lembrar o caos, e lembra mesmo. Não podemos esquecer, contudo, que do Caos primordial fez-se unidade e matéria legível, organizou-se o Cosmos. Esse conforto estético equilibra-se no fio do conhecimento humano, mas está constantemente em discussão – e quem opera essa discussão é o artista. É ele que nos pega pela mão e nos conduz como Virgílio fez a Dante, dando-nos um caminho seguro perante visões dramáticas e, na aparência, incompreensíveis. O olhar do artista compõe e instaura uma ordem naquilo em que não vemos senão um retrato de nossas próprias perturbações.


Palavras da curadora

Esses resquícios, que há meses se acumulam na extensão quer do papel, quer da tela, manchando-a e marcando-a, são elementos do acaso. Eles não foram pensados e nem estudados. A quase que totalidade deles, inclusive, nem de Frantz são, mas de seus alunos. Movido por uma hesitação legítima, você então poderá se questionar: “Mas, se ele não fez essas pinturas, por que elas levam o seu nome?”.


Para ler mais do texto da jornalista e doutoranda em História, Teoria e Crítica de Arte, a curadora Paula Ramos, acesse o link: http://verd.in/c9l8



O QUÊ: Exposição “FRANTZ: O Ateliê como Pintura”
Curadoria de Paula Ramos
QUANDO: Abertura dia 06 de agosto de 2011, sábado às 11h.
Visitação até 04 de setembro de 2011.
ONDE: Museu de Arte Contemporânea do RS, galeria Xico Stockinger,
Rua dos Andradas, 736 – 6º andar da Casa de Cultura Mario Quintana.


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