Galeria da Ecarta encerra o ano com exposição de artistas dinamarqueses
A exposição que inaugura dia 6 de dezembro, às 19h, na Galeria de Arte da Fundação Ecarta (Av. João Pessoa, 943), traz os ares escandinavos. Sympathy for the Invisible (Afinidade pelo invisível, na tradução) apresenta seis artistas contemporâneos dinamarqueses: Søren Thilo Funder, Ulrik Heltoft, Marie Kølbæk Iversen, Jakob Kirkegaard e, formando a dupla AVPD, Aslak Vibæk e Peter Døssing. Eles trabalham com imagens em movimento e outras mídias – fotografia, som e meta-arquitetura –, unidos por um idioma de estética limpa e minimalista e pelo interesse comum em investigar a experiência cultural. A mostra foi pensada como um intercâmbio artístico das diferenças percebidas entre culturas de certa forma contrastantes: a nórdica/dinamarquesa e a latino-americana/brasileira.
A Curadoria de Sympathy for the Invisible é uma colaboração entre o artista de dupla nacionalidade, argentina e brasileira, baseado em Nova Iorque, Guillermo Creus, fundador da plataforma curatorial online Fortress to Solitude, e a historiadora da arte dinamarquesa Aukje Lepoutre Ravn, também diretora do Traneudstillingen Exhibition Space, em Copenhague, Dinamarca.
O título da Exposição faz referência a um viés conceitual que permeia os trabalhos. Abordando noções do místico e do ritual, Sympathy for the Invisible traz uma interpretação externa de aspectos de um ideário de espaços paranormais, espiritualidade, religião e superstições modernas, abarcando tanto as culturas religiosas brasileiras quanto a mitologia nórdica.
Sympathy for the Invisible fica em cartaz até 27 de janeiro de 2013. A visitação pode ser feita de terça a sexta, das 10h às 19h; sábado, das 10h às 20h; e domingo, das 10h às 18h. Entrada franca.
AS OBRAS
Inspirando-se na teoria do caos, da natureza e de seus padrões gerados randomicamente – como ondas, nuvens ou luz -, Marie Kølbæk Iversen cria imagens complexas e manipuladas digitalmente que intrigam o entendimento do tempo e do espaço. Suas instalações geralmente empregam tecnologia de vídeo em circuito fechado e vários sistemas cibernéticos que exploram percepções e representações. A vídeo-instalação que apresenta nesta mostra é inédita, pensada especialmente para a Galeria da Fundação Ecarta e baseada em sua residência e em suas pesquisas no Brasil.
Em seus trabalhos, geralmente Ulrik Heltoft está encenando situações absurdas que são definidas e limitadas sempre pelo conceito de tempo. Ele apresenta uma projeção do seu filme em 16mm 2060. 2060, que é a terceira parte de uma trilogia recente: 1848/1954/2060. Na gravação, um homem em trajes futuristas faz uma caminhada circular e contínua por uma paisagem estéril de deserto. Ao projetar repetidamente – em loop – a imagem do homem futurista, a obra especula sobre o contínuo desejo humano de conhecer o amanhã, mesmo estando aprisionado no presente.
Partindo da música concreta, o artista sonoro Jacob Kirkegaard cria seus trabalhos a partir de gravações de sons reais. Utilizando métodos e equipamentos pouco ortodoxos, ele captura raros e desconhecidos sons e tonalidades de lugares que não são geralmente identificados pela sonoridade. Sua contribuição para a mostra é a peça de áudio Celestial Road, que consiste em gravações dos sons do espetacular fenômeno natural Aurora Boreal, também chamado de Luzes do Norte.
A partir do uso de narrativas cinemáticas, coreografia e mise-em-scène, a performance baseada em vídeo Council of Citizens de Søren Thilo Funder explora a precariedade da sociedade contemporânea e o elo perdido entre a política e o político. Um conselho de cidadãos é reunido para apresentar o ritual do círculo comunal. A performance espelha as qualidades ritualísticas das operações dos sistemas da política: votações, acordos e comunicados públicos. Em um suporte aquecido, a teatralidade da política ordinária é imitada pelas ações do conselho. Folclore local e gestos políticos se misturam a elementos subculturais contemporâneos globais, criando um encontro entre tradição e tendência no objeto metropolitano.
A obra da dupla de artistas AVPD é engendrada para criar situações espaciais inesperadas. Chamadas por eles de meta-arquitetura, nas quais a percepção normal do espectador é desafiada e deslocada, criam novas possibilidades de experiência do espaço. Mais informações sobre o projeto no site.
OS ARTISTAS
Jacob Kirkegaard | Artista dinamarquês nascido em 1975. Seu trabalho é focado em aspectos científicos e estéticos da ressonância. Suas instalações, composições e performances lidam com espaços acústicos e fenômenos que geralmente são imperceptíveis. Baseado em Berlim, na Alemanha, Kirkegaard é graduado pela Academy for Media Arts, em Colônia. Desde 1995, tem participado de mostras, conferências e festivais pelo mundo todo. Já lançou cinco álbuns (a maioria pelo selo britânico Touch) e é membro do coletivo de arte sonora freq_out (www.fonik.dk).
Marie Kølbæk Iversen | Dinamarquesa, nascida em 1981. Graduada pela Real Academia Dinamarquesa de Belas Artes, em 2008. Co-fundadora e editora do jornal de arte contemporânea Internationalistisk Ideale. Expôs nos principais museus do seu país, bem como em outras prestigiadas instituições europeias. Participou de residências artísticas na Itália e na Inglaterra (www.mariekoelbaek.com).
Søren Thilo Funder | Dinamarquês, nascido em 1979. Seus trabalhos são investigações formais sobre as relações de poder na sociedade contemporânea. Em sua formação, passou pela Real Academia Dinamarquesa de Belas Artes, The School of Art and Architecture at the University of Illinois e o The European Film College. Participou de residências em países como Croácia, Egito, Turquia, Vietnã e Alemanha. Expôs em dezenas de museus na Dinamarca e na Europa (www.sorenthilofunder.com).
Ulrik Heltoft | Dinamarquês, nascido em 1973. Seu trabalho é baseado em questões relativas à passagem do tempo. Sua formação inclui a Universidade de Yale e o Kongelige Danske Kunstakademis Billedkunstskoler. Expôs em países como Dinamarca, Holanda, Áustria, Itália, Estados Unidos e Inglaterra.
AVDP | Dupla formada em 2007 pelos artistas dinamarqueses Aslak Vibæk e Peter Døssing, ambos nascidos em1974. É considerada uma das mais originais, experimentais e peculiares colaborações artísticas da Dinamarca. Seus complexos trabalhos lidam com o espaço, examinando como tempo, espaço e sujeito interagem. Já expuseram em países como Coreia, Inglaterra, Suíça, Áustria, Espanha e Brasil.
Exposição Sympathy for the Invisible | Entrada franca
Dos artistas dinamarqueses Søren Thilo Funder, Ulrik Heltoft, Marie Kølbæk Iversen, Jakob Kirkegaard, Aslak Vibæk e Peter Døssing
Curadoria: Guillermo Creus e Aukje Lepoutre Ravn
Local: Galeria de Arte da Fundação Ecarta (Av. João Pessoa, 943 – Porto Alegre)
Inauguração: 6 de dezembro de 2012, às 19h
Visitação: de 7 de dezembro a 27 de janeiro de 2013, de terça a sexta, das 10h às 19h; sábado, das 10h às 20h; e domingo, das 10h às 18h
Informações: 51 4009.2071 e www.fundacaoecarta.org.br
Contato para a imprensa
Jornalista Dóris Fialcoff | 51 9606.0155
imprensa@fundacaoecarta.org.br| www.fundacaoecarta.org.br
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