sábado, 14 de novembro de 2009

Filosofos-Aristóteles-Platão e Ética









Hoje estamos inaugurando uma repaginada neste blog. O Pensador de Rodin foi eleito por mim, mas quem montou esta maravilha de cabeçalho foi a pintora Carla Volkart que também é colaboradora da Fenêtre cultural. Marta

Em resposta à pergunta de Borghetti "O QUÊ É AMOR PLATÔNICO?":


Amor Platônico é um sentimento de desejo de comun
hão plena e profunda com o OUTRO, desejo este individualista, e que, pelo fato de não gerar ECO,..., não se realiza e, portanto, não flui para o externo, ficando represado dentro do SUJEITO que ama. É um sentimento que gera amadurecimento individual através do sofrimento carnal e sensível. A razão necessariamente é vitoriosa sobre a emoção enquanto desejo de felicidade. A frustração é enfrentada e reconduzida às suas origens EXTERNAS ao sujeito, nos casos bem sucedidos. Talvez amor platônico seja uma necessidade pulsante do ser humano de conhecer o quê seja FRUSTRAÇÃO PROFUNDA, como parte da evolução emocional. Brotam os limites da "apropriação". Surge O OUTRO enquanto indivíduo diferente e merecedor (exigente) de respeito às suas vontades. Novas defesas surgem no trato com o SOCIAL. Individual x Social, gerando limitações e superações vitais. Yours...Carla Volkart

CAROS AMIGOS, ESTE TRIO.....BEM PODERIAM SER A SANTÍSSIMA TRINDADE
pergunto: o QUE É O AMOR PLATÓNICO? AVISO AOS NAVEGANTES: nÂO VALE PROCURAR A RESPOSTA;
AFINAL ESTAMOS APENAS DIVAGANDO E INDAGANDO EM NÓS MESMOS......................................
GOSTARIA QUE CADA UM DE NÓS ESCVRESSE A SUA IDÉIA SOBRE ESSA TÃO CONHECIDA DE TODOS
NÓS AMOR PLATONICO ESCREVAM E MANDEM PARA O GRUPO
OLHA QUE ESTOU ESTUDANDO PLATÃO ENTÃO VOU SABER QUEM PROCUROU NA FONTE........................BJS A TODOS - lOU
Continuidades e rupturas nas três Éticas
Há elos que ligam os conceitos de Ética defendidos por Sócrates – a noção que basta saber o que é o Bem para praticá-lo – por Platão – segundo o qual é essencial conhecer a Idéia Geral do Bem – e por Aristóteles – para quem o Bem equivale à moderação das paixões. Todos os três estabelecem como fonte da Ética a noção que a Felicidade – entendida no sentido mais amplo da eudaimonia – era a recompensa dos virtuosos.
Este conceito é consistente com a hipótese apresentada na Introdução de que a decadência moral de Atenas – fruto da substituição de uma sociedade tradicional por outra de natureza mercantil – havia dissociado o bem individual do bem coletivo tornando necessária uma construção que estabelecesse de novo parâmetros capazes de harmonizar os dois conceitos. Não é por outro motivo que os três filósofos dialogam principalmente com os sofistas, responsáveis pela outra resposta a esta questão – segundo a qual todo princípio ético e moral era mera convenção, desprovida de significado em si.

Os três autores buscarão então constituir uma Teoria Ética que parte das premissas que, de um lado, existe uma Ética objetiva e de outro que o homem só pode ser feliz se seguir estes princípios. O tratamento dado ao tema, contudo, varia em cada autor pela interação destas premissas gerais com a teoria mais geral segundo cada um deles interpreta o mundo.
Sócrates tem o mérito de introduzir a discussão sobre o homem na Filosofia de forma sistemática, defendendo a posição que mais do que as forças da natureza, o homem deveria ser o objeto das reflexões. Ainda que, como foi visto, esta reflexão tenha sido impulsionada por necessidades bastante concretas – em especial de responder aos sofistas – isto não lhe retira o mérito de trazer o cidadão ao centro do debate.
A essência da Ética Socrática é o poder libertador do verdadeiro conhecimento confrontado com a hipocrisia. É através deste conhecimento, crê Sócrates, que cada indivíduo é capaz de um dia chegar à compreensão do que é o Bem, conhecimento que por si só tem efeito transformador tanto de quem o adquire como da sociedade na qual ele vive.
Note-se que a genialidade de Sócrates está em produzir uma resposta aos sofistas mas que também enfrenta os tradicionalistas – oposição que se reflete nos dois grupos de acusação que levam ao julgamento do sábio. Por detrás deste ataque em duas frentes está a percepção que os velhos valores não podem ser restaurados sem que impere esta hipocrisia que ele tanto condena, é preciso, isto sim, constituir novos valores objetivos para além das convenções.
Partindo dos mesmos pressupostos de Sócrates, Platão avança no sentido de buscar uma definição concreta para esta Ética objetiva, definindo aquilo que Sócrates não ousou definir. Seu conceito de que seria a Idéia geral de Bem que precisava ser buscada é uma reconstrução adequada à sua noção deste mundo como um reflexo do Mundo das Idéias, acessível apenas aos dotados de um raciocínio filosófico avançado.
Deste conceito ele extrai tanto a necessidade de uma classe de Guardiães – dirigentes absolutos escolhidos pelo mérito e mantido puros por uma rotina ascética desligada dos interesses materiais – como um projeto de sociedade destinada a exercer o maior grau possível de controle sobre os cidadãos. Ao mesmo tempo que ele advoga que alguns indivíduos seriam bons mesmo sem a coação – como na discussão com os sofistas sobre o Anel de Giges – proclama a necessidade de uma estrutura social no qual a vida privada está limitada ao mínimo – ou a nada no caso dos Guardiães que tem todas as atividades em comum.
A dualidade entre o bem comum e o bem individual – essência da Ética – torna-se, com Aristóteles, totalmente descolada. Enquanto Platão advoga uma sociedade ideal na qual os dois conjuntos de interesses são mantidos juntos à força, Aristóteles tenta pensar uma sociedade na qual as instituições – baseadas numa análise das paixões humanas – tentam harmonizar estes sentimentos básicos dos seres humanos de forma a produzir o melhor resultado possível.
Em outras palavras, enquanto Sócrates formula o problema, Platão tenta criar uma Ética Ideal que molde os homens a viver na virtude, enquanto Aristóteles busca uma Ética do Possível, que não desrespeite a paixões humanas – ignoradas por Platão para quem o homem é uma tabula rasa na qual qualquer coisa pode ser escrita – mas antes as oriente pelo caminho da ponderação até a maturidade racional do equilíbrio.


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