sexta-feira, 4 de dezembro de 2009

Bienal

Carla Volkart diz: "Ontem fui no Cais do Porto observar a Bienal antes do seu término, hoje. Sem consultar mediadores, perambulei por tudo, e não senti impacto e inovação naquilo que vi. Adorei o galpão cheio de areia, e daí me disseram que não era obra de artista, mas decisão da curadoria. Certas montagens me remeteram a minha infância criativa pensando que se eu tivesse 12 anos, adoraria construir aquela van de madeira, aquela pseudo nave espacial cheia de barulhinhos e cinéticas que correspondiam a uma pauta digital em movimento. Então, imaginei que o apelo desta Bienal no Cais é ótimo para...CRIANÇAS. Aquele barquinho que ninguém vai ver, instalado no próprio rio Guaíba, boiando cheio de quase-lixos também me lembrou Flipper (aquela série americana do golfinho) e que se eu fosse criança, já estaria cheia de idéias.

Daí fui conversar com a mediadora Margarete, parabenizei o trabalho deles, à nossa disposição naquele lugar muito abafado, e por turnos de 4,5 horas, e ela foi me "explicar" alguns trabalhos. Fiquei chocada! Jamais imaginaria que o trabalho com madeira que imita objetos específicos para "trocar" por similares verdadeiros tivesse uma proposta social tão inusitada. Não imaginei que dentro de uma pequena sala estivesse passando um filmezinho de terror divertido em stop-motion tão legal. Nunca pensaria que duas torres coloridas estivessem ali com o propósito de estarem "se comunicando", e que uma se referia à torre da OI e a outra à torre da VIVO (se não me engano), que a artista viu de imediato ao sobrevoar Porto Alegre. A projeção na areia já tinha sido encantadora desde o começo, e nem precisou de explicações.

Daí saí da exposição com sensações definitivas: A primeira foi de que os galpões do Cais são muito abafados e com difícil refrigeração, o que nos deixa angustiados durante a visita. As grandes estruturas em preto pioram ainda mais a situação. A segunda foi de que as comunicações artísticas, desta mostra, são mais atraentes para crianças enquanto engenhocas e simplicidades muito próximas ao próprio "fazer" artístico, mais do que o "comunicar" uma reflexão contemporânea. E a terceira (prá não me alongar) foi de que os mediadores (parabéns a todos eles) tornam-se "vitais" para uma compreensão mais rica das propostas ali apresentadas. E foi o que vi da Bienal nesta edição. Porém, VEJAM AS FOTOS DO ALEXANDRE ANTUNES (bárbaras) que realmente dão uma nova dimensão àquilo que foi apresentado e,..., prescinde mediadores de tão comunicativas e belas que são. Arte fotográfica na veia. E mais um elogio à Glaucis. Ou seja, gerar discussões assim já é um ponto super a favor da Bienal. Segue abaixo:

http://www.dobbra.com/terreno.baldio/terreno/terreno%20baldio.htm

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