quarta-feira, 16 de dezembro de 2009

EXPOSIÇÃO DE DESENHOS DE UMBELINA BARRETO


EXPOSIÇÃO DE DESENHOS DE UMBELINA BARRETO
TÍTULO: PADRÕES DE CONTROLE
LOCAL: GALERIA XICO STOCKINGER - CASA DE CULTURA MARIO QUINTANA
COQUETEL DE ABERTURA: DIA 15 DE DEZEMBRO DE 2009 - DAS 19 AS 21 HORAS
VISITAÇÃO: DE 16 DE DEZEMBRO DE 2009 A 14 DE FEVEREIRO DE 2010

"Esta é uma exposição de desenhos quase-pinturas.
São desenhos quase-coloridos.
Os desenhos foram realizados quase com cor.
Os desenhos foram realizados quase sem cor.
As tonalidades de cinza estão presentes nos desenhos.
O cinza é visto como uma não-cor.
Com tons de cinza pode-se ter a sensação de presença de uma imagem em cor.
Materiais distintos, como tinta a base d’água e o grafite em pó, geram uma gama infinita de cinzas.
Sobre os papéis a diversidade ficou somente por conta dos grafites variando da dureza à maciez das minas da grafita conforme a sua composição com a argila e a temperatura da queima.
Interessa-me pensar a relação do desenho com a pedra. O desenho com o lápis grafite recolhe todas as tradições do desenho, desdobrando-se do gesto ao traço: da pedra que marca, passa pela árvore que sustenta o gesto que na ação se faz ato.
Arrisco-me dizer que quase a desenhar se passa a vida a riscar, pois são 04 desenhos sobre tela de 150X150 cm; são 42 desenhos sobre tela de 20X20 cm, além dos 09 papéis desenhados em 03 desenhos de 100X100 cm, 04 desenhos de 50X50 cm e dos 02 desenhos de 30X30 cm.
Esta é quase uma exposição de desenhos."


SOBRE PADRÕES DE CONTROLE

"Esta exposição é sobre padrões de controle e se constitui como um ponto de vista de
um ponto de vista. Quando se pensa em padrões, de imediato nos vem à mão a idéia
de controle. E isso me faz lembrar de uma brincadeira de criança em que se vai
ligando pontos e definindo limites. Nesse infinitivo ato de ligar, os limites se mostram
por vezes «amarrados» e em outros momentos parecem completamente «soltos»,
entretanto, em momento algum se adquire, através do exercício, o controle de um ou outro
movimento, a não ser pela marca impressa como um «lacre» a indicar, depois de um
tempo a amarrar e soltar o traço em desenho, o encerramento definitivo que configura um lugar.
Dessa maneira, os limites também são geradores de mapas, apontando lugares em
caminhos que já foram percorridos. O desenho dos limites traz as coisas à mão,
entretanto mesmo assim não vemos os limites nas coisas, pois a visão as está
sempre processando, tal como as idéias em uma conversa. Será que para trazer as
idéias à mão é necessário enrolá-las como uma bolinha de papel e jogá-las nas
pessoas, como bem diria Gregory Bateson? Ou será que é necessário entrelaçá-las
repetindo-as em padrões, ou dobrá-las e cortá-las em dobraduras para formar cubos
onde se possa apanhá-las? Mas, tanto bolinhas como cubos, como coisas criadas entre as
coisas, não constituem também um padrão de controle? E afinal, padrões
de controle não poderia ser simplesmente a maneira que os seres humanos tem de
reiteradamente se reeditarem como humanidade, um padrão que liga?"


ABS.
Umbelina B.

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